Vê Legentil

quarta-feira, 26 de julho de 2017

#TôdeFérias

#TôdeFérias...foi com essa rastag que publiquei diversas fotos e comentários em minha rede social, para mostrar que trabalhar é maravilhoso, que nos faz sentir úteis, produtivos  (pelo menos é assim que me sinto), e que as férias é a recompensa, é descanso sagrado e merecido aos que se dedicam ao que fazem.
E aproveitei meus 15 dias de descanso para visitar parte da família, conhecer novos lugares. Realizei minha vontade de andar de bugre pelas dunas, contemplar a força do mar que desconhece obstáculos quando quer avançar, que joga por terra edificações de todos os níveis, desde casebres à mansões suntuosas.

Orla de Aracaju

Orla de Aracaju

Dunas lindas - Estância

Passeio de bugre com família

Passeio de bugre com família

Praia linda,com diversas piscinas naturais - Estância


Onde havia construções - o mar tomando seu lugar
Onde havia construções - o mar tomando seu lugar

Obs.: Se você ainda não conhece Sergipe, super indico!

Pena que no retorno pude vivenciar mais um descaso com relação aos direitos não só da Pessoa com Deficiência, mas de qualquer que precise utilizar o serviço de “assistência social” de uma companhia aérea.
O voo foi tranquilo, o avião pousou por volta das 20h30, mas somente em torno de 21h, 21h10 consegui desembarcar da aeronave. Lembro bem que, assim que a porta no avião foi aberta, uma comissária de bordo, me informou que a cadeira já havia sido solicitada,então aguardei, aguardei e aguardei. Todos os demais passageiros já haviam desembarcado, só permanecendo no avião, minha mãe, minha irmã que viajaram comigo, além da tripulação que manteve-se ali até o momento de meu desembarque, exceto uma outra comissária que precisava estar em outro avião e o tempo já se fazia “apertado” para ela. Mas, e o meu tempo? A aeromoça que continuou ali comigo ligou algumas vezes para alguém, reclamando daquela situação, mostrando-se indignada. Um outro comissário me orientou a fazer uma reclamação no SAC da companhia (sim, o fiz).  O que me chamou atenção foi o fato de que, quando finalmente a cadeira de rodas chegou e o funcionário me conduzia pelo corredor do aeroporto, pude visualizar várias cadeiras de rodas com o logo da companhia aérea paradas perto do elevador (então por que demorou tanto a chegar uma para mim, se tinha cadeira a vontade pelo corredor?) Esta não foi a primeira vez que passo por uma situação assim, mas na época não fiz nenhuma questão de relatar o ocorrido, acionar a justiça ou qualquer coisa assim. Hoje me arrependo por não ter reclamado na época. Por isso digo a vocês, reclamem sempre, sempre que sentirem-se prejudicados, mal atendidos, ignorados. Registrem suas queixas nos meios oficiais para isso. Alguém precisa parar esses descasos.
Quando publiquei o vídeo no meu facebook relatando o meu caso, uma amiga que também é PcD, em seu comentário relatou que já ficou mais de 1h na aeronave aguardando a cadeira para seu desembarque. Isso sem mencionar os demais casos que tomo conhecimento em redes sociais de PcD que para deixar o avião precisou se arrastar pelas escadas de acesso porque nem o aeroporto nem a companhia aérea dispunham do equipamento necessário.
Eu confesso que a alternativa que me sobrava era desembarcar sem a cadeira e andar muuuuuiiito até a área de desembarque (saída do aeroporto), e esta opção não era nem de longe a melhor para mim, por isso, o jeito era esperar, esperar e esperar que a cadeira de rodas chegasse onde eu estava.

A espera de um milagre

A espera de um milagre

O que ficou de aprendizado dessas férias?
1-   Curta muuuitoooo cada oportunidade de passear, se divertir, conhecer novos lugares;
2-   Aproveite cada minuto de suas férias, pois é seu merecido descanso pelo trabalho que realiza;
3-   Quando algo sair de seu controle, quando se sentir lesado, reclame, registre suas queixas, dê visibilidade à sua insatisfação, quanto mais pessoas tomarem conhecimento de certas situações, mais próximos estaremos de resolver o problema, seja de forma amigável ou judicialmente se for necessário.
Quanto a rastag “#TôdeFérias”? ano que vem tem mais e se tiver que modificar a rastag para #TôdeFériasmasmeusdireitoseucorroatrás, assim farei!

Bjs!







sexta-feira, 7 de julho de 2017

"Como se destacar no mercado de trabalho em meio à crise"

Olá....faz alguns dias fui convidada a palestrar na Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência do Rio de Janeiro, para este mesmo público. Quando fizeram o convite pediram que eu falasse sobre “Como se destacar no mercado de trabalho em meio à crise”. No início relutei um pouco, pois nunca havia palestrado sobre o tema. Mas depois de pensar um pouco sobre o atual cenário do Brasil, principalmente no Rio de Janeiro e ainda nas dificuldades que as pessoas com deficiência enfrentam em se colocar no mercado de trabalho, vislumbrei a possibilidade de contribuir com o que aprendi , com o que pude vivenciar em minha vida profissional.
Pensando nisso, decidi dividir com vocês aqui em meu blog algumas dicas, sugestões para te ajudar a se destacar em meio à crise. Não é nenhuma receita de bolo, muito menos poção mágica, mas, apenas ideias que acredito, possam te ajudar.
E espero que te ajude!
Primeiro é preciso entender, o que significa cada palavra da frase “Como se destacar no mercado de trabalho em meio a crise”.
1-   Destacar: torna-se mais visível, colocar-se em evidência, se sobressair aos demais;
2-   Mercado de Trabalho: associação entre aqueles que oferecem força de trabalho àqueles que a procuram, em um sistema típico de mercado onde se negocia a fim de determinar os preços e as quantidades a transacionar.
3-   Crise: desequilíbrio, mudança, risco, perigo, dificuldade.
Então eu posso dizer que “Me destacar no mercado de trabalho em meio à crise, é o mesmo que :
me  tornar visível para àqueles que oferecem trabalho em troca da minha mão de obra, em um tempo de instabilidade e grande dificuldade econômica para o país”.
Agora , que de forma bem simplificada foi exposto o significado da palavra crise, podemos então, passar a outro ponto importantíssimo, qual seja, conhecer um pouco melhor, este cenário de crise. De acordo com dados do Censo 2010 e da Rais 2016, o Brasil apresenta a seguinte configuração quanto ao mercado de trabalho e sua população PcD e não PcD:
ÊNo Brasil de acordo com o Censo 2010 somos quase 45 milhões de PcD;
Ê De acordo com dados do governo mais de 2 milhões de PcD recebem o BPC;
Ê Segundo os dados da Relação Anual de Informações Sociais, 403,2 mil pessoas com deficiência trabalham formalmente;
Ê O desemprego no Brasil atinge mais de 13 milhões de pessoas (PcD e não PcD).
Isto significa que a crise atinge a todos. Alguns aproveitam esse momento de instabilidade financeira para investir em seu próprio negócio, após ser demitido de onde trabalhavam, outros buscam opções como revendedores de produtos etc. O que percebemos é que alguns se recusam a aceitar essa situação como derrota em suas vidas e seguem em frente, não temem os desafios que esta nova empreitada apresenta.
Mas, outras pessoas ainda não aprenderam a lidar com essa situação de crise, ou mesmo nunca trabalharam e se sentem um pouco perdidos quanto ao que fazer enquanto esta fase de estar fora do mercado de trabalho não passa, ou mesmo como se comportar em uma entrevista (lembro, que meu objetivo aqui não é oferecer um passo a passo, mas, apenas ajudar com questões simples,mas que, podem fazer a diferença, principalmente ao público PcD).
Se você está distribuindo seu currículo em sites e agências de emprego, sabe que a qualquer momento poderá ser chamado para uma entrevista, então segue aqui, o que um recrutador quer saber sobre você:
ÊSua história – Com quem se relaciona, com quem mora, estuda.
Ê Sobre sua deficiência – as sequelas, se faz uso de algum tipo de equipamento, etc, se faz uso de medicamento
OBS.: Quanto mais informações sobre você a empresa tiver, melhor será o processo de inclusão, pois, se houver necessidade de alguma adaptação ou pausa para algum tipo de procedimento, não só seu chefe compreenderá, como também seus colegas de trabalho, poderão o ajudar, se preciso for. Esconder a deficiência ou alguma necessidade real decorrente dela, em princípio, até pode parecer um bom negócio, mas depois, pode te atrapalhar na execução de suas funções ou até mesmo influenciar em seu relacionamento com seus colegas.
Ê Ele muitas vezes vai considerar o seu potencial.
OBS.: Talvez você não tenha a expertise para o cargo, talvez não tenha experiência profissional, mas a forma como se “sobressai” durante o processo seletivo, pode ser um diferencial para sua contratação.  

Outra questão também muito importante, é sobre o que você faz enquanto não está no mercado de trabalho. Então sugiro o seguinte:

Ê Esteja sempre atualizado:
         *Não espere o mercado de trabalho abrir vagas para se preparar (busque cursos gratuitos presenciais ou online);
         *Não pare de estudar;
         *Leia jornais e revistas.
Ê Dê sempre o seu melhor:
Ê Seja empenhado;
Ê Seja proativo (não fique esperando pelos outros sempre, se você sabe fazer, faça);
Ê Tenha uma lista de contatos (pessoas que você conheceu em feiras de empregabilidade, em cursos que fez)
Ê Cuide de sua reputação (cuidado com o que posta em redes sociais);
OBS.: Nossas redes sociais dizem mais sobre nós, que os currículos que entregamos nas empresas. Alguns gostam de postar frases do tipo: “Odeio segunda feira”, “Detesto acordar cedo” ou ainda “chefe é igual a nuvem, quando vai embora o dia fica lindo”. Lembrem-se que é este tipo de profissional que você  está divulgando, ou seja, alguém que curte tanto o final de semana que  segunda feira não é dia de trabalhar, e sim descansar do fim de semana. Que por detestar acordar cedo, provavelmente irá sempre chegar atrasado ao trabalho. E pior, detesta a presença de um chefe por perto.
Então cuidado com o que posta em suas redes sociais.

Ê Se puder faça estágio, trabalhos voluntários (igrejas, associações de moradores);

Ê Não “atirar para todos os lados” (escolha uma área);
OBS: Escolha uma área de seu interesse e se especialize nela, pois quem faz muitos cursos em áreas muito distintas, pode passar a impressão que está perdido quanto ao seu futuro profissional.
Ê Descubra seu principal talento;
Ê Faça amigos (converse sobre suas intenções profissionais);
OBS.: Quanto mais pessoas souberem sobre suas intenções de trabalho, sobre o que procura, mais poderão te ajudar quando souberem de alguma oportunidade de emprego, de algum local que esteja recebendo currículos.
Ê Quando for chamado para uma entrevista pesquise antes sobre a empresa;
OBS.: Acesse o site da empresa, busque informações sobre o ramo de atuação, em quais cidades, países ela tem filiais. Assim você demonstrará durante a entrevista seu interesse na empresa, assim como ela teve interesse em você.
Ê Seja você mesmo;
Ê Não desista se não for aprovado no processo seletivo – Lembre-se: a concorrência é grande
Ê Não existe fórmula mágica;
Ê Inscreva seu currículo em sites gratuitos de busca de empregos;
Ê Mostre atitude;
Ê Seja positivo (não reclame de tudo o tempo todo).
Ê E por último e não menos importante:

Invista em você, não permita que a crise atinja seus objetivos profissionais.”