Vê Legentil

sexta-feira, 8 de junho de 2018

Bora falar de quê?


Então...vamos falar de que? Bora falar de........
Faz 15 dias mais ou menos fui para São Paulo a trabalho. Para palestrar na empresa sobre Inclusão de Pessoas com Deficiência no mercado de trabalho.
Nada diferente do que já faço. Porém a minha narrativa desta vez não será sobre o meu trabalho, mas sim, sobre um episódio ocorrido em meu retorno ao Rio.
Mas para que vocês possam entender, vou contar como tudo começou...
“Como eu digo sempre, para cair basta estar em pé”, para mim isso é a coisa mais fácil que existe, cair.
Levei um tombo em casa no dia 14 de maio, não tropecei, não escorreguei, simplesmente cai em cima do meu pé de apoio (pé esquerdo), o outro pé é o que eu uso o aparelho ortopédico. Resumindo fiquei uma semana com o pé imobilizado. Retornei ao médico e retirei a tala, tudo ok!
Fui viajar, cheguei na terra da garoa fazia 8 graus (para mim é o mesmo que dizer que está nevando....rsrsrs). Não sei se por causa do frio o pé começou a doer novamente, mas deu para trabalhar tranquila, não forcei durante o trabalho. Na empresa eu utilizava a cadeira de rodas que fica disponível para atendimentos de emergência, para minha locomoção até a sala onde apliquei as palestras. E assim foi durante todos os dias em que trabalhei em Sampa.
Ah não posso deixar de mencionar que foi uma semana intensa por si só, pois foi exatamente no período da paralisação dos caminhoneiros. Passei por eles, pois uma de minhas palestras foi em Santos. Mas estava bem tranquilo na estrada. A apreensão ficava por conta do diesel, se teria ou não combustível para abastecer os aviões para retornar para casa.
No hotel era bilhete deixado pela direção por debaixo da porta no quarto, alertando os hóspedes sobre possível falta de algum item na alimentação por falta de entrega das mercadorias, presas por causa do bloqueio. No e-mail corporativo, mensagem orientando a consultar a companhia aérea para verificar se o voo estava confirmado. Foi bem tenso, ou como costumo dizer “foi puxado”!
Pois bem, chegou a hora de voltar para casa, consegui chegar ao aeroporto, voo confirmado, faço meu Check-in e solicito a cadeira de rodas da companhia, pois meu pé estava inchado, porém, mesmo que não estivesse com o pé machucado pediria de qualquer forma a cadeira. Nossos aeroportos costumam ser gigantescos, não dá para percorrer essas distâncias tranquilamente, sem me cansar.
Despachei minha bagagem e aguardei o funcionário da companhia para me levar até a aeronave.... (Não posso esquecer de mencionar que durante o Check-in a menina do balcão da companhia me perguntou se eu podia subir escadas), falei com ela que meu pé estava machucado e que não poderia. Pois bem, o rapazinho que me acompanharia até o meu embarque apareceu, fomos conversando durante o percurso, passamos pela inspeção, que aliás não entendo, na ida à SP não precisei tirar os sapatos, mas já na volta tive que tirá-los. A padronização do serviço nos aeroportos me encanta! Para descontrair perguntei se nem a poeira de SP eu poderia levar para o Rio, os funcionários deram um sorriso meio sem graça, e segui meu caminho.
O primeiro funcionário que me acompanhava me deixou em um outro balcão da companhia e informou aos seus colegas que eu não poderia subir escadas. Ouvi quando ele deu essa informação.
O segundo funcionário me encaminhou até o portão de embarque, este me perguntou se eu podia subir escadas...Sim o embarque era remoto, lá na pista. Eu então, respondi que não podia.
Um terceiro funcionário me levou da van até o avião, onde mais uma vez, me perguntaram se eu podia subir escadas. Respondi que não.
Fui a primeira passageira a chegar até a aeronave, mas quase não fui a primeira a entrar. Fiquei com mais dois funcionários aguardando. Siiimmmmmm......enfim eu soube que dispunham daquela cadeira que sobe escadas, sabe! Conhecem? A cadeira de transbordo. No final do texto incluí uma foto dela para aqueles que nunca viram.
O que não entendi na história era que se tinham a cadeira por que a relutância em usá-la? Outra opção seria a utilizar um “Ambulift” um veículo acessível com uma espécie de cabine que se “acopla” à porta da aeronave e permite a transferência do passageiro (aliás seria a melhor opção, por questão de segurança do passageiro)..
Tenho dificuldade as vezes para entender determinados tipos de atitudes!
Pagamos passagem como qualquer outra pessoa, não é “passe livre” e ainda que fosse não justificaria esse tipo de situação, mas o que eu quero ressaltar é que, não é favor que estão nos fazendo, é um direito nosso.
As pessoas precisam se colocar no lugar do outro. Cadê a empatia? Alguém a viu por ai! Ela anda um pouco sumida, mas ela existe, e as vezes felizmente encontro com ela por ai!
O que eu tiro dessa semana de experiências profundas?
1º - O trabalho dignifica o homem, apesar das dificuldades encontradas, trabalhar é muito bom, principalmente se for no que gosta;
2º - Novas amizades deixam a vida mais colorida;
3º - Não reclame tanto da vida, coisas boas acontecem;
4º No desembarque no Rio, encontrei o time titular do Flamengo!!!!!! Pena não poder tirar foto, celular dentro da mochila desligado.
Obs.: Segue o líder!!! rsrsrs

É isso pessoal! Desculpem o textão desta vez.  Comecei a escrever e quando percebi.... Mas ele tem informações importantes, sobre acessibilidade nos aeroportos, embarque! 

Bjs!!!!! 
E tudo começou aqui...


Ambulift

Exemplo de como é um "Ambulift" por dentro

Exemplo de Cadeira de Transbordo