Vê Legentil

quarta-feira, 7 de novembro de 2018

Muito além da exclusão


Muitos artigos, reportagens, publicações diversas nos trouxe conhecimento a respeito dos horrores da II Grande Guerra Mundial com Hitler e o nazismo e a sua obsessão por uma raça pura. E para conquistar seu objetivo o líder nazista austríaco foi capaz de cometer e permitir atrocidades com aqueles que não se enquadravam no perfil de alguém que pudesse dar continuidade a uma linhagem perfeita, assim idealizada por ele. Pertencente grupo dos excluídos estava judeus, pessoas com deficiências físicas e mentais (judeus ou não); surdos e aqueles que os médicos acreditavam que pudesses transmitir de forma hereditária alguma “anomalia” que pudesse impedir a raça ariana de ser perfeita.
Hoje vamos discorrer um pouco sobre a pessoa com deficiência na época do nazismo.
Boa leitura!!!!
Para Hitler uma guerra era o melhor momento para se eliminar os “doentes incuráveis”. Dentro deste perfil de “incuráveis” estavam às pessoas com deficiência física (incluindo os anões); idosos em fragilidade de saúde, os gêmeos, pessoas com deficiência intelectual e os doentes mentais Estes eram considerados como inúteis à sociedade, uma ameaça à pureza da raça e indignos de viver. Pessoas que tinham estas características eram exterminadas através de um programa criado pelo nazismo chamado “Action T4” ou simplesmente T4. O programa na verdade começou antes da guerra, em 1º de setembro de 1939.
Dados históricos informam que no início, os médicos e enfermeiros foram “encorajados” a negligenciar os pacientes classificados como incuráveis, assim muitos deles morreram de fome ou por outras doenças e infecções. Mais tarde, grupos de consultores do governo iam aos hospitais e decidiam quem viveria e quem deveria passar pela “solução final”, expressão usada para designar morte.
Os selecionados eram encaminhados a vários centros de extermínio do programa “T4 – eutanásia” e executados com injeções letais.
O Wikipédia descreve o Acktion T4 da seguinte forma:
“Aktion T4 ( Ação T4) foi o nome usado (...) para o programa de eugenismo e eutanásia da Alemanha nazista durante o qual médicos assassinaram centenas de pessoas consideradas por eles "incuravelmente doente, através de exame médico crítico". O programa ocorreu oficialmente de setembro de 1939 a agosto de 1941, mas continuou de modo não-oficial até o fim do regime nazista em 1945. (...) Durante a fase oficial de Ação T4, 70 273 pessoas foram mortas, mas no Julgamento de Nuremberga encontraram evidências de que os médicos alemães e austríacos continuaram a eutanásia de doentes depois de outubro de 1941 e que cerca de 275 mil pessoas foram assassinadas sob a T4.(...). Pelo menos 200 000 pessoas com deficiência física ou intelectual   foram mortas por medicação, fome ou nas câmaras de gás entre 1939 e 1945.
O nome T4 era uma abreviação de Tiergartenstraße 4, o endereço de uma casa no bairro Tiergarten em Berlim, que foi a sede da Gemeinnützige Stiftung für Heil- und Anstaltspflege, com o nome eufemístico literalmente traduzido para o português como "Fundação de caridade para cuidados institucionais".Este órgão funcionava sob a direção do Reichsleiter Philipp Bouhler, o chefe da chancelaria privada de Hitler, e Dr. Karl Brandt médico pessoal de Hitler.”

Em julho de 1933 Hitler assinou a “Lei para Prevenção de descentes hereditariamente doentes, a fim de implementar suas políticas de higienização racial. A lei falava em esterilização compulsória às pessoas que eles chamavam de“doentes”, em que creditavam ser portadores de doenças hereditárias como a esquizofrenia, a epilepsia, e "imbecilidade". A esterilização também foi sugerida para outras formas de desvio social, além da surdez e cegueira.


O pretexto era de liberar os leitos hospitalares para os futuros feridos de guerra.
Estima-se que 360 mil pessoas foram esterilizadas nos termos desta lei, entre 1933 e 1939.
Em 1941, o bispo de Münster, Dom Clemens August Graf von Galen, denunciou publicamente em um sermão os assassinatos dos pacientes indefesos. A população alemã passou a ter conhecimento do programa de “eutanásia” que era, supostamente, secreto.
Com os protestos, os líderes do nazismo tentaram manter o programa de extermínio em execução, secretamente. 
Apesar do anúncio oficial do término do programa T4, a execução das pessoas com deficiência e outros “doentes incuráveis” permaneceram sendo realizadas nas bases individuais e não mais nos centros de extermínio.
 Com as deportações para os campos de concentração a todo vapor, os trens cheios de passageiros dirigiam-se para Auschwitz, Treblinka, Sobibor ou Buchenwald. Ainda no momento de desembarque, os médicos nazistas examinavam os que chegavam. Idosos, crianças, doentes e pessoas frágeis eram mandados diretamente para as câmaras de gás ou comandos de fuzilamento.
Anões, gêmeos e pessoas com deficiência físicas que chamassem a atenção dos médicos eram selecionados para experiências genéticas e morriam em consequência da brutalidade dos testes de laboratório.
Josef Mengele e a execução de pessoas com deficiência
Formado em medicina, condecorado por bravura militar. Em 1943, foi para o campo de concentração de Auschwitz como coronel-médico da tropa de elite nazista. Mandou  executar milhares de prisioneiros, entre judeus, idosos e pessoas com deficiência física. Os que não eram executados imediatamente eram conduzidos para ficar como cobaias humanas de seus experimentos.
De acordo com publicação no site da revista “Superinteressante”, entre suas cobaias havia principalmente irmãos gêmeos, anões e pessoas com deficiências físicas. O “anjo da morte”, como foi apelidado, dissecava anões vivos a fim de provar que tratava-se de fruto da excessiva miscigenação de raças, amputava pernas e braços de crianças para tentar sem sucesso regenerá-los, e jogava prisioneiros em água fervente para ver o quanto suportavam.


 Espero ter trazido um pouquinho mais de informação à vocês sobre a trajetória da pessoa com deficiência.

Fontes: