Oiiii...quero dar continuidade a uma postagem na qual o título era “Você sabe mesmo o que é PcD?”. Naquela postagem abordei alguns termos atribuídos às PcD e porque a maioria desses termos caiu em desuso.
Hoje quero abordar um aspecto mais histórico. Como eu já disse as PcD's sempre foram marginalizadas, nunca nos foi dado o devido valor e respeito enquanto pessoas.
Por vezes fico a imaginar como seria para uma PcD viver na época do Brasil colônia, Brasil Império, só para exemplificar, fico pensando em como seria para mim, usar aqueles vestidos cheio de armação por baixo da saia, me equilibrar nas muletas, me pego rindo sozinha, só de imaginar tal cena, como seria isso..rsrsrsrs!!! Ou ainda subir naquelas carruagens altíssimas, se já passo sufoco nos ônibus, já pensou nas carruagens, e as vias públicas que nem calçamento tinham..É, tempo difíceis, não é mesmo!!! Foi pensando em tudo isso que decidi então dividir com vocês um texto que fez parte do meu trabalho final da pós graduação. Claro que adaptei para o blog, está beeeeemmmm mais compacto que no TCC, mas foi uma forma que encontrei de compartilhar mais um pouquinho desse universo tão peculiar no que se refere as pessoas com deficiência...
Aqui decidi falar somente do Brasil e as PcD's através da história!
Não posso falar de Brasil em tempos primórdios, sem falar nos índios, seus hábitos, costumes e cultura.
Por vezes fico a imaginar como seria para uma PcD viver na época do Brasil colônia, Brasil Império, só para exemplificar, fico pensando em como seria para mim, usar aqueles vestidos cheio de armação por baixo da saia, me equilibrar nas muletas, me pego rindo sozinha, só de imaginar tal cena, como seria isso..rsrsrsrs!!! Ou ainda subir naquelas carruagens altíssimas, se já passo sufoco nos ônibus, já pensou nas carruagens, e as vias públicas que nem calçamento tinham..É, tempo difíceis, não é mesmo!!! Foi pensando em tudo isso que decidi então dividir com vocês um texto que fez parte do meu trabalho final da pós graduação. Claro que adaptei para o blog, está beeeeemmmm mais compacto que no TCC, mas foi uma forma que encontrei de compartilhar mais um pouquinho desse universo tão peculiar no que se refere as pessoas com deficiência...
Aqui decidi falar somente do Brasil e as PcD's através da história!
Não posso falar de Brasil em tempos primórdios, sem falar nos índios, seus hábitos, costumes e cultura.
Historiadores e antropólogos observaram em seus estudos que cada tribo possuía sua crença e seus rituais religiosos, mas que todas acreditavam no poder da natureza e sua influência em suas vidas no cotidiano. Alguns historiadores descobriram ainda certas peculiaridades dessas tribos, referente a seus comportamentos quando nascia alguma criança com deformidade física. Acreditavam que tal criança pudesse trazer algum tipo de maldição à tribo, e ainda, que essa criança sofreria muito vivendo em sua tribo sem nenhuma condição, além do fato de não poder trazer nenhum sustento aos seus pares, por não poder pescar, caçar etc. Então essas crianças eram oferecidas em sacrifícios.
Outro fator bem interessante quanto a questão da PcD nas tribos, é que alguns tipos de deficiências fossem causados pelo uso do arco, flechas, pelas participações em guerra com tribos rivais.
Outro fator bem interessante quanto a questão da PcD nas tribos, é que alguns tipos de deficiências fossem causados pelo uso do arco, flechas, pelas participações em guerra com tribos rivais.
Progredindo na história, neste aspecto da cultura da exclusão da pessoa com deficiência, podemos citar ainda a “Roda dos Expostos”, que no Brasil exerceu atividade entre os anos de 1726 a 1950, nelas eram postas as crianças enjeitadas por suas famílias, seja por uma gravidez de uma relação extraconjugal, seja pelo fato da criança possuir algum tipo de deficiência, o que poderia ocasionar às famílias de classes mais nobres, comentários maldosos por parte da sociedade, ou mesmo abalar o status da família em questão, por ter em seu seio uma pessoa considerada inválida para os padrões da época. Isso quando as famílias ricas não escondiam seus familiares dito “inválidos” em suas casas sem acesso aos demais integrantes da família e muito menos à sociedade. A "Roda dos Expostos" constituía-se em uma espécie de cabine construída nos muros dos conventos, onde a mãe, um empregado ou outro familiar, colocava a criança nesta cabine e tocava um sinal, e que estivesse do outro lado do muro ao ouvir o sino, girava a tal roda e tinha acesso a criança, sem mesmo saber quem a tinha deixado ali.
Acrescentando mais um aspecto referente às pessoas com deficiência no Brasil, diz respeito a escravidão. Em que os negros vinham da África em navios negreiros, em condições subumanas, ainda sem falar no tratamento dado a estes por seus senhores, principalmente aos negros “fujões”, que dependendo da pena aplicada poderia causar naquele negro algum tipo de sequela física ou mesmo visual, além das punições por não executarem seus serviços como deveriam.
É importante mencionar ainda que a falta de higiene pessoal, de saneamento básico, bem comum no período do Brasil colônia, e que se estendeu por outros períodos da história do Brasil, também constituía-se um fator importante à propagação de vírus, principalmente da poliomielite (paralisia infantil), onde uma de suas formas de infecção dava-se do contato do indivíduo com fezes e/ou água contaminada pelo vírus, tendo como sua principal vítima as crianças. (a poliomielite foi erradicada no Brasil somente na década de 1990).
O Brasil foi o primeiro país da América Latina a oferecer algum tipo de atendimento às Pessoas com Deficiência, quando criou o Instituto dos Meninos Cegos (Atual Benjamin Constant) e ainda o Imperial Instituto dos Surdos-Mudos (atual Instituto Nacional de Educação de Surdos – INES), ambos na época do Brasil Império.
Em 1975 foi proclamado pela Assembléia Geral da ONU a “Declaração dos Direitos das Pessoas deficientes”, e 1981 foi aprovado como o “Ano Internacional das Pessoas Deficientes”. A partir de então, não só a sociedade em geral passou a perceber e respeitar, a pessoa com deficiência, como, principalmente a PcD passou a ter consciência de si própria, passando então a se organizar em grupos e associações.
1981 foi um marco no que diz respeito às pessoas com deficiência. A partir de então, muitas mudanças aconteceram quanto aos Direitos da PcD e seu papel na sociedade.
Apesar dos avanços culturais, legais, educacionais. Apesar do Brasil ter sido um pioneiro na questão da PcD desde a época do Império, nossa realidade ainda hoje, em pleno século XXI, ainda é muito desigual se comparada às pessoas que não tem deficiência.
Apesar da erradicação da poliomielite, da medicina ter dado um salto significativo com relação a alguns tipos de deficiência, o número de PcD no Brasil é muito alto, e as condições de vida para sua maioria ainda é precária.
Outros fatores assumem papel de destaque no aumento desse número de indivíduos com deficiência no país, como o aumento da violência (bala perdida, vítimas de assalto que são baleadas e ficam com algum tipo de sequela), acidentes automobilísticos, sem falar ainda que existe a questão de que, por muitos anos alguns tipos de deficiência nem mesmo eram consideradas como tal, como por exemplo o autismo, o monocular, a pessoa com baixa visão severa, nascimento de crianças com microcefalia atribuído ao Zicavírus, dentre outras.
Acesso digno à saúde, educação, mercado de trabalho alteraria de forma significativa o papel da pessoa com deficiência na sociedade, que passaria então a assumir o protagonismo de sua vida.
Para encerrar gostaria de sugerir alguns livros que muito contribuiu para meu conhecimento acadêmico sobre o tema Pessoa com Deficiência. São eles:
*A Epopéia Ignorada, de Otto Marques Silva. Editora: Faster, 2008;
*Caminhando em Silêncio, de Emílio Figueira. Editora Giz, 2009;
0 comments:
Postar um comentário