Vê Legentil

sexta-feira, 23 de junho de 2017

Panorama Histórico Sobre Pessoas com Deficiência - Parte III

Pessoal.... última parte da publicação da minha amiga Aldeci sobre o Panorama Histórico da Pessoa com Deficiência! Aproveitem a leitura! E como sempre peço, compartilhem em suas redes sociais, com amigos! Vamos espalhar conhecimento, agregar valores sobre o ser humano a seus iguais!
Bjs


Surge o BRAILLE
No Século XIX, em 1819, Charles Barbier (1764-1841), um capitão do exército francês, atendeu a um pedido de Napoleão e desenvolveu um código para ser usado em mensagens transmitidas à noite durante as batalhas. Em seu sistema uma letra, ou um conjunto de letras, era representada por duas colunas de pontos que por sua vez se referiam às coordenadas de uma tabela. Cada coluna podia ter de um a seis pontos, que deveriam estar em relevo para serem lidos com as mãos. O sistema foi rejeitado pelos militares, que o consideraram muito complicado.
Barbier então apresentou o seu invento ao Instituto Nacional dos Jovens Cegos de Paris. Entre os alunos que assistiram a apresentação encontrava-se Louis Braille (1809- 1852), então com quatorze anos, que se interessou pelo sistema e apresentou algumas sugestões para seu aperfeiçoamento. Como Barbier se recusou a fazer alterações em seu sistema, Braille modificou totalmente o sistema de escrita noturna criando o sistema de escrita padrão – o BRAILLE – usado por pessoas cegas até aos dias de hoje.
O BRAILLE é lido da esquerda para a direita, com uma ou ambas as mãos. Cada célula permite 63 combinações de pontos. Podem-se designar combinações de pontos para todas as letras e para a pontuação da maioria dos alfabetos. Vários idiomas usam o BRAILLE. Pessoas com prática conseguem ler até 200 palavras por minuto
O Século XIX, ainda com reflexos das idéias humanistas da Revolução Francesa, ficou marcado na história das pessoas com deficiência.
Grupos de pessoas organizam-se em torno da reabilitação dos feridos para o trabalho, principalmente nos Estados Unidos e  Alemanha.
Napoleão Bonaparte determinava expressamente a seus generais que reabilitassem os soldados feridos e mutilados para continuarem a servir o exército em outros ofícios como o trabalho em selaria, manutenção dos equipamentos de guerra, armazenamento dos alimentos e limpeza dos animais. Nasce com ele a idéia de que os ex-soldados eram ainda úteis e poderiam ser reabilitados.
Essa idéia de reabilitação foi compreendida em 1884 pelo Chanceler alemão Otto Von Bismark, que constitui a lei de obrigação à reabilitação e readaptação no trabalho.
No Brasil, por insistência do Imperador Dom Pedro II (1840-1889), seguia-se o movimento europeu e era criado o Imperial Instituto dos Meninos Cegos (atualmente Instituto Benjamin Constant), por meio do Decreto Imperial nº 1.428, de 12 de Setembro de 1854. Três anos depois, em 26 de setembro de 1857, o Imperador, apoiando as iniciativas do Professor francês Hernest Huet, funda o Imperial Instituto de Surdos Mudos (atualmente Instituto Nacional de Educação de Surdos – INES) que passou a atender pessoas surdas de todo o país, a maioria abandonada pelas famílias.

Leitura feita em Braille


terça-feira, 20 de junho de 2017

Tentando entender

Um Domingo desses fui passear com umas amigas no Shopping São Gonçalo. Após a saga de minha amiga pela busca da cadeira de rodas (já falei sobre isso em postagem anterior), fomos passear. Estávamos no Segundo Piso, pois acessei o shopping pela entrada lateral. Após almoçarmos, fomos dar uma volta para comprar alguns itens, porém, a loja que precisávamos ir, ficava no Primeiro Piso do Shopping. E foi aí que fiz mais uma descoberta, sobre a praticidade em se andar de cadeira de rodas pelo estabelecimento.
Deduzi que o acesso ao elevador seria algo simples, algo do tipo seguir as placas indicativas, entrar no elevador e descer no piso desejado. Mais ou menos, pois descobri que o elevador não dá acesso direto às lojas, na verdade, ele para em um local que não sei identificar ao certo, me pareceu um local de descarga de mercadorias da loja, com piso no cimento bruto, algumas salas de depósito de algumas lojas, alguns carros particulares estacionados, se não me engano, dois portões de ferro grandes. Ah esqueci de mencionar um balcão de informações (não entendi porque o balcão de informações estava localizado naquele lugar estranho e vazio,, pensei que poderia ter mais serventia se estivesse dentro do shopping mesmo) onde um funcionário da segurança, suponho eu, estava sentado.
Saí do elevador levei aquele susto. Cadê as lojas? O piso brilhoso, pessoas andando para lá e prá? Cadê todo mundo? Por um instante pensei que tinha acessado alguma passagem secreta que pudesse me levar à Nárnia ou a Mansão do Senhor Tony Stark, o Homem de Ferro, ou então fazer uma viagem no tempo e parar na era medieval em um daqueles castelos. Nada disso, a despeito da minha fértil imaginação, estava mesmo no “porão” do Shopping São Gonçalo.
Continuamos nossa epopéia. Seguimos em frente e nos deparamos com uma porta feita em um material parecido com borracha ou algo assim, atravessamos a porta e chegamos à loja que queríamos. Mas eu precisava voltar ao Segundo Piso para ir embora, já que o acesso ao ponto de táxi, fica na saída lateral. Então novamente acessamos a passagem da “Caverna do Dragão” atravessamos, pegamos o elevador e voltamos ao segundo piso.
Minha amiga precisava devolver a cadeira no Primeiro piso, mas como esta agora estava vazia, ela a dobrou e seguiu pela escada rolante para fazer a devolução.
Meus questionamentos:
*Se a construção de um shopping é algo planejado por arquitetos e engenheiros, por que o elevador não dá acesso direto às lojas? (os elevadores que dão acesso ao segundo piso são aqueles que interligam o referido andar com o estacionamento);
*Por que pessoas na cadeira de rodas e mães com carrinhos de bebês precisam passar por esse “labirinto do Fauno”?
Se alguém souber as respostas, é só deixar nos comentários!

Bjs!


A cara de alegria quando vi o local....Reparem ao fundo,que maravilha!

sexta-feira, 16 de junho de 2017

Panorama Histórico sobre Pessoas com Deficiência - Parte II

Oi Pessoal....

Hoje publico a segunda parte do texto da minha amiga Aldeci Costa, sobre a pessoa com deficiência na história. O texto foi dividido em 3 partes. Então curtam bastante o texto, façam perguntas se quiserem, compartilhem com os amigos, pois o nosso objetivo é levar informação para muitas pessoas.


6. Idade Moderna
A Idade Moderna marcou a passagem de um período de extrema ignorância para o nascer de novas idéias.
O período mais festejado é o que vai até o Século XVI, com o chamado Renascimento das artes, da música e das ciências, pois revelaram grandes transformações, marcada pelo humanismo.
*Métodos de Comunicação para Pessoas Surdas > Gerolamo Cardomo (1501 a 1576), médico e matemático inventou um código para ensinar pessoas surdas a ler e escrever, influenciando o monge beneditino Pedro Ponce de Leon (1520-1584) a desenvolver um método de educação para pessoa com deficiência auditiva, por meio de sinais. Esses métodos contrariaram o pensamento da sociedade da época que não acreditava que pessoas surdas pudessem ser educadas.
Gerolamo  Cardomo, matemático e inventor de um método para ensinar pessoas surdas a ler e escrever. Pedro Ponce de Leon , cria método para ensinar pessoas surdas.
Em 1620 na Espanha, Juan Pablo Bonet (1579-1633), escreveu sobre as causas das deficiências auditivas e dos problemas da comunicação, condenando os métodos brutais e de gritos para ensinar alunos surdos. Pablo Bonet demonstra pela primeira vez o alfabeto na língua de sinais.
Na Inglaterra John Bulwer (1600 a 1650), defendeu um método para ensinar aos surdos a leitura labial, além de ter escrito sobre a língua de sinais.
Método cirúrgico para amputações:
Ambroise Paré (1510-1590), médico francês do Renascimento, atendia no campo de batalha e se dedicou a encontrar a cura para os ferimentos de guerra que causavam amputações. Aperfeiçoou os métodos cirúrgicos para ligar as artérias, substituindo as cauterizações com ferro em brasa e com azeite fervente. Foi grande a sua contribuição na criação de próteses.
Morte por afogamento às pessoas com deficiência mental:
No Século XV o Príncipe de Anhalt, na Alemanha saxônica, desafiou publicamente o reformador religioso Martinho Lutero, não cumprindo sua ordem de afogar crianças com deficiência mental. Lutero afirmava que estas pessoas não possuíam natureza humana e eram usadas por maus espíritos.
Durante os séculos XVII e XVIII houve grande desenvolvimento no atendimento às pessoas com deficiência em hospitais. Havia assistência especializada em ortopedia para os mutilados das guerras e para pessoas cegas e surdas.
Philippe Pinel (1745-1826) explicou que pessoas com perturbações mentais devem ser tratadas como doentes, ao contrário do que acontecia na época, quando eram tratados com violência e discriminação.








quinta-feira, 8 de junho de 2017

A Reatech, Novas Tecnologias e a PcD

Semana passada tive o privilégio de participar de mais uma edição da Reatech, uma Feira Internacional que acontece a cada dois anos em São Paulo, onde são apresentadas novas tecnologias para pessoas com deficiência, visando melhor qualidade de vida para este público.
Digo sempre que, com todos os problemas que enfrento por causa do preconceito, falta de acessibilidade, e até mesmo falta de educação por parte de alguns, por conta da minha deficiência; sou uma pessoa privilegiada, pois trabalho no que gosto, e quando isso acontece, somos presenteados com algumas ações que muito nos acrescenta à vida, e participar da Reatech, é uma delas, pelo menos para mim, que não apenas trabalho com e pela inclusão, mas vivo isso na pele, todos os dias.
Participar da Reatech deveria fazer parte do “currículo” de vida de todas as pessoas, independente se PcD ou não. Pois neste evento é possível perceber a perplexidade de alguns ao presenciarem o que uma pessoa com deficiência pode fazer se tiver, se derem, condições para isso. Atestar que surdos, cedos, paraplégicos, tetraplégicos, amputados são pessoas que realizam suas atividades de acordo com suas condições, que não há incapacitados quando os recursos estão a mão.  
Me emociono, me encanto com tantas novidades. As cadeiras de rodas, lindas com suas cores e modelos diversificados, onde se é capaz de olhar tal equipamento e entender que ele faz parte do corpo de uma pessoa e, entender isso não mais com um olhar de piedade, mas de liberdade. Isso para mim é fantástico.
Poder admirar a alegria de uma criança cadeirante por poder levar em todos os lugares seu super herói favorito estampado na roda de sua cadeira, de ver seus amiguinhos não PcD's querendo uma igualzinha, e perguntar aos pais "por que eu não tenho uma dessas?". É perceber a liberdade de correr com suas pernas “circulares” avançando para onde lhe dá vontade.
Órteses e próteses elaboradas com materiais mais leves e confortáveis, diminuindo assim as dores e cansaço e algumas feridas que o uso obrigatório destes, diariamente nos ocasiona.
Tetraplégicos em suas cadeiras que lhes garantem autonomia de idas e vindas sem precisar de alguém o empurrando sempre.
Cadeiras que se elevam, deixando cadeirantes praticamente em pé, podendo assim alcançar objetos que estejam mais altos, dentre outras possibilidades. Cadeiras motorizadas que permite ao cadeirante sentir o vento tocar seu rosto livremente, enquanto se movimenta. Enfim, é um mundo de novas possibilidades para aqueles que são coibidos pela falta de acessibilidade que domina a sociedade em que vivemos, a viver uma vida mais plena.
Mas tantas maravilhas esbarra em uma realidade cruel, a falta de recursos financeiros para aquisição de tecnologias tão “TOP” e necessárias. Os preços não são acessíveis a todos. Cadeiras de rodas de qualidade não são baratas, órteses e próteses também não.
        E infelizmente aqueles que mais precisam dessas novas tecnologias, em grande número, são aqueles que recebem o BPC – Benefício de Prestação Continuada, do governo federal, que equivale a um salário mínimo, e que alguns complementam a renda familiar com essa quantia, ou ainda, sustentam a família com este recurso. Como comprar uma cadeira de rodas de qualidade que custa em média 5 mil reais? Você pode dizer, mas, existe o financiamento do Banco do Brasil para compra de equipamentos para PcD com juros mais baixos. Ok, mas ainda assim, é uma realidade bem distante do que realmente está ao alcance de quem precisa.
        Um outro lado, que esta feira nos mostra é que os grandes empresários, percebem que a PcD é consumidora também, e que mais do que comprar por comprar. Compramos porque TEMOS que comprar. Comprar determinado acessório ou equipamento é questão de necessidade para nós. Investir neste público com diversidade de produtos, equipamentos atrativos visualmente, esteticamente confortáveis e bonitos é algo fantástico para nós. E isso é muito importante, pois, como já falei em outras postagens, esses equipamentos são partes integrantes de nossos corpos. E assim, como vocês gostam de se vestir e sentir-se bonitos, elegantes, nós também, queremos que nossas órteses sejam confortáveis e lindas ao mesmo tempo, pois isto nos faz bem, ajuda a elevar nossa auto estima, por vezes tão massacrada pelas impossibilidades impostas no dia a dia.
Por muitos anos fiz uso de um aparelho ortopédico pesado, bruto, com botas que mais se assemalhavam a um cuturno, me sentia as vezes “descombinante” quando usava vestidos de festas e aquela bota horroroza na maioria das vezes marrom, sim, pois não tinha muitas variedades nas cores, você podia optar por preta, branca ou marrom. Quando fiz 18 anos  fiquei muito feliz em saber que poderia usar tênis e não mais aquela bota feiaaaa e caríssima...rsrsrsrs!!! Já  era um avanço! E mais tarde fui acrescentando sapatos fechados, e até mesmo saltos. Um sonho, uma maravilha!
Ano passado troquei o velho aparelho por um modelo mais recente, com menos correias de couro “me amarrando” me ferindo pelo uso diário e contínuo. Esteticamente agressivo de se olhar.
Hoje gosto muitooooo do que uso, pois pude escolher a “estampa”, meu aparelho ortopédico, é a minha perna tatuada, leve,confortável, bonita...sim..para mim ela é linda! Não foi barato, parcelei em algumas prestações. Mas, ainda assim, agradeço a Deus por ter condições de comprar o que para mim representa autonomia, liberdade. Agradeço por ter acesso a essa tecnologia mais recente, que me proporciona qualidade de vida.
Minha torcida é que outras PcD’s entrem para o mercado de trabalho, que sejam reconhecidos, que  recebam salários justos para que tenham acesso a recursos financeiros para adquirirem equipamentos, acessórios que melhorem suas vidas, e que tragam sempre em seus rostos sorrisos pelas conquistas e gratidão pela vida tão linda que Deus a cada um concede. 

Bjs....



Balanço para cadeirantes



Carros adaptados em Auto Escola

               


Um Avatar

Pode até parecer pouca a diferença, mas para quem usa,ela é gigante.