Lembra da
infância, quando crianças se juntavam para brincar de “pic cola”, “pic esconde”,
queimado, amarelinha e tantas outras brincadeiras?! E quando os menores também
queriam brincar? E aí dos maiores se não deixassem! A mãe acabava com a
brincadeira e colocava todos para casa. Então, para que farra não tivesse fim,
os menores entravam no jogo, mas como o nome de “café com leite”. Se lembram
disso? Aquela criança não era incluída para fins de resultados nos jogos. Aquelas crianças pela pouca idade não eram capazes
de entender as regras do jogo ou ainda de se envolver da mesma forma que as
demais crianças.
Claro que
isso tem um sentido bem legal na infância, significa que os primeiros passos
para inclusão estão acontecendo, o pequeno começa a ter acesso às regras do
jogo, como elas funcionam e vai se desenvolvendo assim. E com o passar do tempo
por estar tão envolvida ela deixa de ser “café com leite” e passa a integrar de
verdade aquela equipe, aquele grupo. Mas o problema é quando se cresce e se
leva para a vida adulta o “café com leite”, para lidar com o diferente, com o
desconhecido.
Trazendo
esse exemplo para o mundo da pessoa com deficiência é comum que algumas pessoas
que não tenham deficiência, queiram “proteger” as PCDs das desilusões, dos
problemas, dos preconceitos, da competitividade, da maldade alheia, e passem a
tratá-la como se ela fosse uma criança menorzinha que lá na infância queria
participar de tudo, mas tinha suas ressalvas. Mas aqui, nesta fase da vida, já na cabe isso. As vezes a
PCD é tratada como “café com leite” dentro da própria família. E na maioria das
vezes isso se dá pelo medo que a família tem da pessoa ser menosprezada,
desvalorizada. Uma preocupação justa, mas isto não pode se tornar um impeditivo
para que a PCD se envolva em situações estressantes, de conflitos, de busca por
seu espaço e enfrentamentos, porque a sociedade não nos trate assim. Na verdade
é em convívio com a sociedade que nos fortalecemos, que tiramos forças nem
sabemos de onde para enfrentarmos o descaso, as dúvidas quanto a nossa
capacidade.
Ser Café com
leite é algo indefinido, não é mais só café, nem tão pouco leite apenas. É uma
mistura homogênea, o gosto se mistura. E se aplicarmos isso à vida, se não buscarmos
nossa identidade, nosso valor, seremos tratados eternamente como café com
leite, indiferente se estamos no time A ou no time B. Não conta mesmo!
Ser café com
leite é não deixar legado, é não escrever sua própria história, é permitir que
outros decidam o valor que você tem.
Café com
leite é bom nas brincadeiras da infância. É bom no café da manhã, no lanche da
tarde. Fora Isso, não tem graça, não tem sabor, não tem identidade definida.
Se é para
ser algo, escolha ser café, de preferência forte, onde seu sabor impacte o
paladar das pessoas, ou seja leite integral, desnatado, não sei. Mas escolha
quem você quer ser. Seja quem você quer ser.
Quero fechar
este texto com uma passagem da Bíblia que gosto muito, que nos faz perceber que
Deus não nos trata como “Café com Leite”. Que para ele temos valor exatamente
por sermos quem somos!
Bjs!!!!
E até a próxima postagem!
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