Oi pessoal, peço
desculpas a vocês por um período tão longo de ausência em meu blog. Mas me
comprometo com vocês de que a partir de hoje voltarei a postar uma vez por
semana, conforme alinhado!! 😉
Vou descrever um breve
resumo do que eu fiz ou deixei de fazer, ou acho interessante compartilhar na
forma de compensar o tempo distante que passei de vocês:
ü
Experiências:
1.
Aeroporto: Sempre falo em minhas
palestras de sensibilização sobre o tema PCD que pessoas com deficiência são
antes de mais nada, PESSOAS. Pois bem, chegando ao aeroporto, como de costume, solicitei a cadeira de
rodas de uma companhia aérea, o funcionário me deixou próximo ao portão de
embarque da aeronave e comunicou a um colega, que se tratava de prioridade no
embarque. O tempo foi passando, o embarque anunciado e NINGUÉM se aproximou de mim
para me conduzir até o avião. Então, eu que nesse momento segurava minha mochila
e meu par de bengalas, “me virei nos 30” para conduzir a cadeira até o portão
onde estavam liberando o acesso dos passageiros. Foi quando me dirigi a
funcionária me identifiquei e disse que eu viajaria naquele voo. Foi quando pelo
rádio ela se dirigiu a alguém usando os seguintes termos “pessoal, temos uma cadeira
aqui para atendimento, e não fui comunicada.” Esperei o encerramento da conversa
e falei para ela “Querida, você se equivocou, não é a cadeira que precisa de
atendimento, mas uma pessoa.” Ela fitou os olhos em mim por uns segundos e
disse “Senhora, este termo faz parte de nosso procedimento.” Então eu repliquei
“Então a partir de agora posso me referir a você como porta né, já que você é
quem está liberando o acesso à aeronave.” Não sei o que ela pensou, pois nossa conversa terminou ali, pois
chegou um outro funcionário da companhia para dar o atendimento à cadeira. A vontade era me levantar e dizer: "Pronto, podem dar o devido atendimento à cadeira." É cada uma que a gente passa!! rsrsrsrs!!!
Alguns de vocês podem
estar pensando : “-Que mulher “cri cri”, reclama de tudo!” Não é isso, já
lutamos tanto para sermos reconhecidos como pessoas, já somos excluídos de
tantos lugares. Por que continuam nos tratando como se fôssemos uma “coisa
qualquer” um “objeto”? Cadê o respeito pelo ser humano. Qual a dificuldade em
se falar que “temos uma prioridade para embarcar”?. Aliás alguém me defina prioridade, por
gentileza. Pois de acordo com o dicionário o significado de prioridade é:
![]() |
Para que não perdure nenhuma dúvida!!! Ta Explicado!! |
substantivo feminino
1.
1.
condição do que é o
primeiro em tempo, ordem, dignidade.
2.
2.
possibilidade legal de
passar à frente dos outros; preferência, primazia.
"idosos,
deficientes físicos e gestantes têm p. no atendimento"
Que tipo de prioridade
faz com que sejamos os últimos a desembarcar? Já escrevi antes aqui no
blog, que já fiquei 45 minutos dentro da aeronave aguardando uma cadeira de
rodas para poder desembarcar. Em outra ocasião me retiraram da aeronave porque
já havia se passado 20 minutos e nada da cadeira. Me disseram que a cadeira
estava no portão de desembarque, e cheguei lá aguardei mais 10 minutos.
Não entendo realmente,
como prioridade funciona nos aeroportos, talvez tenha um significado diferente
do usual. Eu, sendo UMA pessoa, posso aguardar um batalhão sair da aeronave,
mas o contrário não pode acontecer, porque vai impactar no tempo de desembarque
dos demais.
2.
Divulgando informações
& Obtendo conhecimento: na última semana de junho tive o prazer e a oportunidade de
falar sobre o tema PCD para 156 pessoas (funcionários na empresa em que
trabalho). Digo sempre que amo o faço e a troca de experiência é algo
simplesmente fantástico, poder dizer para as pessoas que também somos PESSOAS,
que também temos nossos sonhos, nossas frustrações, nossas metas profissionais,
é algo que não tem preço. Poder proporcionar ao outro a possibilidade de se
colocar no lugar de quem tem uma deficiência, experimentar por alguns minutos
que seja nossas limitações e mais ainda as barreiras que ultrapassamos para
alcançar o que almejamos e perceber o brilho no olhar de quem está participando
é indescritível.
Poder compartilhar experiências, tornar um tema tão envolvo em
preconceitos e melindres, em algo mais acessível, é ter a certeza que mesmo
sendo um trabalho de formiguinha, é a minha contribuição para uma sociedade
mais inclusiva.
3.
Retrocesso por
ignorância:
venho acompanhando nos meios de comunicação, a notícia de que algumas doenças
tidas como erradicadas no Brasil, correm o risco de reaparecer, porque alguns
pais estão se recusando a vacinar seus filhos. Uma dessas “doenças” é a
poliomielite ou paralisia infantil. GENTEEEEEEEEEEEEEEEE....isso não é possível!!! É um retrocesso gigantesco. Isto vem acontecendo por alguns motivos:
a.
Os pais por não acreditarem na eficácia das vacinas, estão
deixando de vacinar seus filhos;
b.
O governo não faz mais aquelas campanhas em TVs, rádios
divulgando de forma intensiva as campanhas de vacinação. Cadê o Zé Gotinha?
c.
Em regiões mais carentes a dificuldade de as vacinas chegarem a
esses locais são enormes.
Como sobrevivente da
pólio, sim sobrevivente, pois vivo em um país onde não oferece o mínimo de saúde básica aos seus
habitantes. Onde equipamentos como cadeiras de rodas, aparelhos ortopédicos de
boa qualidade são caríssimos. Onde não há transporte público nem vias públicas
que possibilite a PCD ter uma vida independente, onde faltam políticas públicas (que funcionem) voltadas para a PCD, onde o mercado de trabalho para essa
parcela da população, apesar dos avanços, é fechado. Não temos uma abertura
para o mercado de trabalho, nos infiltramos por meio de brechas, por becos, por
força da lei.
O vírus da pólio é
cruel, ele ataca o sistema nervoso central, se inicia pelos membros inferiores
(geralmente) e se não for controlado, pode tomar todo o indivíduo, podendo o
levar a óbito.
Outro ponto importante neste assunto é que poucos médicos sabem
lidar com a pólio e principalmente com a Síndrome Pós Pólio, que as pessoas com
sequelas da paralisia infantil passam a desenvolver, comprometendo ainda mais a
lesão que a pólio causou.
Hoje, minha postagem foi
em forma de desabafo, e um pouco de revolta com relação a questão do provável
retorno da pólio ao país. Por isso, peço que, divulguem as informações,
compartilhem com amigos, familiares. É muito certa a frase que diz “QUEM AMA
CUIDA”, então cuidem dos seus filhos, afilhados, sobrinhos. Cuidem de suas
crianças. Ressaltei aqui a paralisia infantil por fazer parte da minha
realidade, mas o alerta vai para as demais doenças também, como sarampo, sífilis
dentre outras.
Para as 3 experiências abordadas aqui, a temática é uma só: Somos Pessoas, somos gente e não objeto!
Beijo grande para todos
vocês!!!!
Parabéns Verônica pela sua luta e pela labuta. Pela persistência e pela consistência na busca de soluções mais dignas para o público PCD.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ExcluirVerônica,parabéns excelente trabalho de conscientização.A luta não pode parar.
ResponderExcluirVeronica vc é única!!! Amei!!!
ResponderExcluirAmei!!! Certíssima!!!������������
ResponderExcluirOi Verônica minha linda.
ResponderExcluirQue bom você esta de volta, é muito bom vê-la na luta.
Muito boa sorte e sucesso.
Gratidão!
Realmente uma vitoriosa! Exemplo!!!!
ResponderExcluirParabéns, Verônica Legentil!