Vê Legentil

sexta-feira, 21 de setembro de 2018

21 de setembro- Dia Nacional da luta da Pessoa com Deficiência


     Hoje, 21 de setembro se comemora o Dia Nacional da Luta da Pessoa com Deficiência. Apesar de ter sido criado em 1982 por movimentos sociais,  somente foi oficializado pela lei em 2005.

     Apesar do descaso do poder público,  de políticas públicas eficientes e eficazes para atender o público PcD,  podemos dizer que tivemos avanços. Digo sempre que o maior deles é sermos reconhecidos como pessoas. Pois em tempos remotos éramos  tidos como aberrações,  fruto de maldição ou castigo divino. A convenção dos direitos da pessoa com deficiência da ONU diz que, pessoas com deficiência são aquelas com impedimentos de natureza física,  intelectual ou sensorial, os quais em interação com diversas barreiras que podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade com as demais pessoas.

     Gosto dessa definição porque tira a pessoa com deficiência do perfil passivo para alguém ativo na sociedade,  que a não inteiração ou exclusão da PcD na sociedade se da não por causa daquele que possui deficiência,  mas sim pelas barreiras que a sociedade impõe.

     As barreiras são as mais diversas e variam de acordo com o tipo de deficiência. Mas para mim a pior barreira continua sendo a atitudinal. Pois como convencer um adulto cheio de suas certezas que determinado posicionamento adotado por ele não passa de  preconceito? Falta de convívio com quem tem deficiência afim de aprender um pouco mais sobre sua realidade? 

     Com o intuito de levar informações às pessoas, além de palestrar sobre inclusão na empresa em que trabalho,  também criei esse blog com o intuito de levar um pouquinho mais de conhecimento sobre a realidade da PcD com suas dificuldades,  desafios e conquistas também.

     Para mim todo dia é dia de luta pelos direitos da PcD.

     Que não só hoje,  mas a partir de hoje você me ajude a levar informações divulgando meu blog,  denunciando aos órgãos competentes o desrespeito para com a pessoa com deficiência.

Algumas de minhas últimas denúncias:

*Denunciei a pouco meses uma auto escola em Niterói por cobrar o dobro do valor para primeira carteira de habilitação para PcD. Isso é ilegal;

*Registrei reclamações contra algumas companhias aéreas por não tratarem a PcD com a dignidade merevida;

*Empresas de ônibus por não fazerem a devida manutenção nos elevadores dos coletivos;

*agências bancárias por falta de acessibilidade.


     Poderia passar a noite aqui falando sobre registros de denúncias. Mas na verdade meu objetivo não é este. É te pedir ajuda nessa luta, denunciando empresas,  estabelecimentos inacessíveis etc.
Me ajude a levar à sociedade a se conscientizar sobre a importância da inclusão da PcD na sociedade, fazendo com que mais pessoas tenham informações e possam gozar de seus direitos garantidos por lei.

"Chamar para o baile é diversidade,  chamar pra dançar é inclusão." (Lisiane Couto)
Bjs a todos!  Bom fim de semana 



sexta-feira, 14 de setembro de 2018

Para que serve uma porta?


Ontem, dia 13 de setembro, aproveitei meu horário de almoço do trabalho para ir ao Banco pagar uma conta,  esta não consegui pagar pela internet como de costume. Fui à Caixa Econômica Federal próximo a Praça de Nova Cidade – SG, próximo onde moro.
Em termos de acessibilidade a CEF é o pior banco que alguém pode ir. Apesar da rampa de acesso na entrada do banco, o acesso á agencia propriamente dita, é péssimo. Evito ao máximo ir á bancos, principalmente à Caixa. Em todas as agências em que fui, esbarrava em algum problema.
Talvez para vocês seja algo simples e bem natural ir ao banco, entrar para pagar uma conta ou resolver outro assunto de seu interesse. Mas não se engane, para muitos ir ao banco pagar uma conta, pode ser um teste de paciência.
*      Uma vez no Centro do Rio – onde tentei pagar um boleto referente a habitação, o pagamento somente era feito no subsolo, por escadas. Na época chamei o gerente,  o mesmo tentou me explicar que por ser um prédio antigo, não seria possível adaptações. Questionei o motivo de não ter um caixa no andar principal para atender as pessoas com dificuldades de locomoção, o mesmo disse que não havia espaço para isso (o interessante que para outros serviços havia espaço);
*      Outra feita, precisei comparecer a uma agência da Caixa no centro de São Gonçalo. Tudo péssimo lá. Só abrem a porta acessível para cadeirantes, pessoas com demais dificuldades de locomoção tem que se virar para passar naquela porta giratória. Na época chorei de raiva na porta de entrada do banco, pois os seguranças despreparados, gerente sem noção de acessibilidade. Não houve argumento que eu usasse que os convencesse da necessidade de passar pela porta acessível, um verdadeiro absurdo;
*      Outra experiência negativa foi na CEF de São Francisco em Niterói, quando solicitei ao segurança da agência que abrisse a porta para que eu passasse, o mesmo me disse que aquele símbolo da cadeira de rodas na porta, indicava que era para uso exclusivo de cadeirantes. Argumentei, disse que aquele símbolo se referia à acessibilidade para pessoas com deficiência física e outros tipos de dificuldades de locomoção dentre outros, e não era exclusivo para uso de cadeirantes. (estão vendo? por isso digo que a culpa é das muletas! rsrsr). O mesmo insistia para eu entrasse pela porta giratória. Novamente foi preciso chamar o gerente da agência e depois de 40 minutos, abriram a porta para eu entrasse no banco;
*      No Centro de Niterói também encontrei resistência, só tinha porta giratória e quando tentei entrar, lógico que a porta travou devido as minhas muletas e aparelho ortopédico. O segurança se aproximou e perguntou se não tinha como eu deixar meu equipamento só para entrar. Achei aquilo tão absurdo, tão desnecessário. Mesmo assim, me vi na obrigação de explicar que o uso daqueles equipamentos não era algo opcional, mas necessário, fundamental para minha locomoção. Estava tão estressada e aborrecida que acabei por desistir de entrar naquela agência e procurei outra menos problemática;
*      E a última experiência foi a de ontem, citada no início do texto. Onde novamente tive que passar pela porta giratória, travando. Onde um dos seguranças disse que em minha bolsa havia algo que estava travando a porta.
OBS.: Fui de muletas pois o município onde moro é ZERO em acessibilidade.
Gente, na boa...tem que ter muita paciência! Algo quase sobrenatural para lidar com situações como essas relatadas acima e tantas outras.
Como pode um estabelecimento que atende ao público, com suas mais diversas particularidades não ser preparada para atendê-lo? Como é possível a pessoa não ter o mínimo de conhecimento sobre acessibilidade, sua simbologia?
Somos quase 45 milhões de brasileiros com algum tipo de deficiência, isso representa 23% na população do Brasil. Estamos no século XXI, e ainda esbarramos em barreiras ridículas, causada principalmente pela falta de informação. Como podem tratar uma parcela da população tão grande como minoria?
Levar informação, mostrar que ir e vir é um direito de TODOS, é trabalho de formiguinha. E muito estressante, principalmente quando alguns persistem em manter sua posição  de certezas. Mas sigo nessa luta que não luto só por mim, mas por todos que precisam e não podem ou sabem como lutar.
Por isso digo sempre que a pior barreira é a atitudinal!
 
Símbolo da Acessibilidade - Ainda atribuído erroneamente por alguns como exclusivo para cadeirantes

Novo Símbolo criado pela ONU para que seja utilizado em todos os espaços acessíveis. Mas, se não conhecem nem o antigo símbolo, quem dirá o novo!


Bjs a todos! Bom fim de semana!

sexta-feira, 7 de setembro de 2018

Ela chegouuuuuu. ....

Oi Genteeee. .. .dia de feriado também tem postagem!!!! E com novidade!

Comentei com vocês algumas vezes sobre minha necessidade de adquirir uma cadeira de rodas,  pois é,  enfim ela chegouuuuuu!  Uhuuuuu....vivaaaa!

    Antes da compra foram meses de pesquisa. Será monobloco ou do modelo que "abre e fecha"? Qual a altura ideal? E as medidas? (Sim pessoal,  cadeira de rodas é como uma roupa ou calçado,  tem que ser muito confortável e um detalhe de suprema importância TEM QUE SER SEGURA para o cadeirante), qual cor escolher?  O assento rígido ou flexível? E tantas outras dúvidas de uma "marinheira" de primeira viagem.

    Tenho a aprender ainda sobre este universo de cadeirante que estou dando apenas os primeiros passos ou seria melhor dizer primeiras rodadas?

     Estou muito feliz com mais esta conquista. Quem convive com aqueles que precisam utilizar uma cadeira de rodas, ou ainda,  quem usa sabe que trata-se de um equipamento caro. Ultrapassando com facilidade a faixa dos 2 mil Reais. E quanto melhor a qualidade do material utilizado, mais cara a cadeira é. E um detalhe que alguns desconhecem é que,  aqueles que fazem uso da cadeira de rodas diariamente como meio de locomoção, precisam ter 2 cadeiras,  pois quando uma estiver em manutenção,  usa a reserva para poder continuar tocando a vida de forma independente.

    No meu caso a aquisição da cadeira deu-se pelo fato de poupar minha musculatura,  evitando assim um desgastes físico ainda maior. Pois quem utiliza muletas empreende uma força muito grande para sustentar o peso do corpo em cada passada para se lomocover em um curto trecho de percurso,  fazendo com que a pessoa se canse rapidamente sem conseguir algumas chegar ao local pretendido. E era exatamente isto que estava acontecendo comigo. E mais,  como viajo a trabalho,  e também gosto de viajar nas férias,  sempre dependia de cadeira de rodas das companhias aéreas para me locomover nos aeroportos (e já compartilhei aqui com vocês em algumas postagens as dificuldades que já passei por não ter minha própria cadeira).

    Genteeee!!!!!! Tenho que dizer, adorei minha cadeiraaaaaa! Escolhi a cor azul para poder combinar com meu aparelho ortopédico..Rsrsrs (invejosos vão me chamar de perua. .Rsrsrs).

    Ainda não fiz nenhum teste drive sério com ela. Só testei pelo condomínio onde moro para verificar se ela estava legal. Ontem fui à Madureira, até pensei em leva-la,  porém como não conhecia o local,  mas já tendo uma boa experiência sobre a falta de acessibilidade no Rio de Janeiro, preferi não arriscar,  pois me vi em um dilema: "levo a cadeira para o caso de precisar caminhar muito ou a deixo em casa pelo receio de não haver acessibilidade e eu ficar limitada de transitar pelo espaço?". Decidi então ir de muletas. E quando cheguei lá percebi que era acessível. Mas oportunidade COM CERTEZA não vai faltar.
    Quando eu fizer o primeiro passeio, primeira viagem com a cadeira de rodas dividirei com vocês. Não só as primeiras experiências, mas aquelas que de alguma forma poderão servir de ajuda para outras pessoas.

Beijinhos para todos! Bom final de semana! 

Estreando a cadeira

Miga loca que fez questão de inaugurar a cadeira comigo

Feliz da vida com a aqusisção

Com a amiga e a sobrinha

curtindo sim, usufruindo sim....é conquista sim!