Outro dia vi
um post no facebook, onde era
representada a seguinte cena: diversas pessoas em um transporte coletivo. Várias
delas estavam sentadas, em pé uma grávida, um idoso e uma pessoa com
deficiência. Os que estavam sentados dormiam.
Achei a
postagem muito interessante, ela me fez pensar em como as pessoas são tomadas
repentinamente de um sono profundo tão logo entre no coletivo alguém que se
enquadre nas características mencionadas no parágrafo anterior.
É no mínimo
curioso a atitude de algumas pessoas, agem como se fôssemos invisíveis, ou ainda
que não precisássemos nos sentar.
Minha vida é
recheada de histórias envolvendo meu grande poder da invisibilidade. Vou
dividir com vocês, uma delas. Certa feita quando eu voltava do trabalho, depois
de aguardar 40 minutos no ponto pelo ônibus. Sim, 40 minutos, pois uns
motoristas passaram por fora do ponto com os ônibus, outros, a plataforma
elevatória “não funcionava”, ora estava tão cheio que se uma pessoa respirasse
mais profundo, o passageiro ao lado morria por falta de ar!
Pois bem,
eis que finalmente um ônibus para no ponto, estava cheio, mas dava para entrar.
NINGUÉM absolutamente NINGUÉM moveu um músculo se quer do corpo para ceder o
lugar para que eu pudesse sentar. Parei nos degraus e contemplei aquela cena:
TODOS dormiam, coisa linda de se vê, não fosse a situação caótica do egoísmo! Já estava chateada, com as pernas e braços doendo por ter ficado tanto tempo em
pé no ponto aguardando o ônibus. Não me contive e perguntei com um tom de voz
elevado para que os sonecas de plantão pudessem ouvir: “ALGUÉM PODE CEDER O
LUGAR PARA EU ME SENTAR?” "Cri...cri...cri” Perguntei a segunda vez com a voz
mais firme, foi então que uma pessoa olhou para mim e disse: “Eu não vou te dar
lugar, pois trabalhei o dia inteiro e estou cansada”. Olhei para aquele ser disfarçado de humano de um
jeito que se eu tivesse os olhos do Ciclope, eu teria um lugar para sentar
imediatamente! Mas como não tenho, o jeito foi argumentar. Eu então respondi à
ela: “Pois é, eu também trabalhei o dia inteiro, fiquei 40 minutos em pé no
ponto aguardando o ônibus E ainda tenho uma deficiência física, caso não tenha
dado para perceber, e preciso deste lugar, mais que você”. E fui logo
decretando: “Ô motorista enquanto eu não me sentar o senhor não vai sair com
este ônibus, pois caso aconteça algum acidente comigo, o senhor será responsabilizado.
Se tivermos que aguardar 30 minutos para alguém me dar o lugar, vamos aguardar
aqui óh paradinhos.”
Mexi com
todos neste momento né. O povo estava cansado, queria chegar em casa, assim
como eu. E MILAGROSAMENTE, a maioria despertou de seu sono embelezador e pude
até escolher onde me sentar.
Por que
algumas pessoas não agem, só reagem?
Que
sociedade doente é esta que a gente está vivendo? em que as pessoas só pensam
em si próprias? Onde a EMPATIA está cada vez mais sumida.
Se colocar
no lugar do outro? Quem tem tempo? Para quê fazer isso?
Gosto de
observar a reação de algumas pessoas quando na tv por exemplo, conta alguma
história de superação de uma pessoa com deficiência, vencendo suas limitações,
os obstáculos que a sociedade excludente impõe. Fico tocada ao ver as lágrimas
nos olhos de quem assiste, tão compadecida daquela PcD. Porém, se encontrar
aquela pessoa com deficiência na rua, no transporte coletivo, por exemplo, e
precisar sair de sua zona de conforto, ahhh aí a compaixão não é mais a mesma!
Neste momento aquele ser humano tão fantástico, tão capaz de superar os
problemas da vida, torna-se invisível. Ninguém mais a vê, ninguém mais a admira como na tv.
Pessoas queridas, peço a ajuda de vocês para informar aos demais que não, não temos o poder da invisibilidade, e sim, precisamos que nos respeitem e nossos direitos. Não se omitam diante de uma situação assim, não protagonizem cenas como esta que relatei.
Pessoas queridas, peço a ajuda de vocês para informar aos demais que não, não temos o poder da invisibilidade, e sim, precisamos que nos respeitem e nossos direitos. Não se omitam diante de uma situação assim, não protagonizem cenas como esta que relatei.
Passar por
questões assim esporadicamente, a gente releva com mais facilidade. Agora viver
isso quase diariamente é muito difícil, isso mexe com o psicológico, inibe
reações, pode causar isolamento da pessoa com deficiência, do idoso, que deixam
de viver suas vidas porque estão cansadas de ter que “brigar” diariamente por
direitos tão básicos.
Respeite o
próximo, por você, por ele e por uma sociedade mais justa, menos egoísta. Que a
empatia seja nossa companheira de cada dia.
O ser humano não respeita mais ninguém, mas quer ser respeitado,mas a maioria só quer pra si...Tô achando que acabou a gentileza e principalmente a educação
ResponderExcluirOlá Veronica! Acho realmente desumano como tratamos nossos iguais, nos tempos se hoje, onde vivemos a sociedade do espetáculo, onde pessoas vazias expõe conteúdos "lindos", com imagens perfeitas, frases prontas e escondem seus vazios existenciais.
ResponderExcluirNos escondemos no anonimato das multidões para literalmente dizer "que não seja comigo". Meu Pastor, Neil Barreto costuma dizer que "há tanto EU em mim, que TU não cabe" e a verdade é que não conseguimos enxergar além do espelho. Não podendo classificar-nos como pessoas, espero que possamos mudar o foco e enxergar aqueles que EXISTEM além do NÓS.
Que Deus lhe dê forças e renove seu ânimo a cada amanhecer.
Ravel Carvalho
É verdade Ravel. Obrigada pelo depoimento tão oportuno e pertinente. Me ajude a levar informações a mais pessoas, divulgando meu blog.
ExcluirGrata!
Veronica legentil