Vê Legentil

quinta-feira, 16 de março de 2017

Cadê a acessibilidade que estava aqui?

Acessibilidade é assunto sério. A maioria das pessoas quando fala em acessibilidade,pensa logo que seja algo exclusivo para pessoas com deficiência. Não é mesmo!? Só que, podemos perceber no dia a dia que acessibilidade é boa para todos, principalmente aquele tipo de acessibilidade que diz respeito as vias públicas, calçadas, rampas de acesso. Uma rampa na calçada por exemplo não facilita somente a vida de quem tem deficiência física, mas também quem carrega uma mala pesada de rodinhas, uma mãe com o carrinho de seu bebê, ou alguém com um carrinho de fazer feira, serve também para o motoqueiro. Estão vendo, acessibilidade é bom para todos. Facilita a vida! E acessibilidade não diz respeito apenas à arquitetura de uma cidade, um prédio, transporte. Acessibilidade vai além, e varia de acordo com a deficiência, que é o aspecto que trato aqui no blog. Para um surdo, por exemplo, acessibilidade é ter anúncios na TV com intérprete de LIBRAS, traduzindo o que está sendo dito, ou ainda, que nos locais de atendimento ao público também tenham intérpretes, como por exemplo, em bancos, hospitais, escolas etc. Para o cego, acessibilidade diz respeito à tecnologia assistiva, recursos audiovisuais, livros em brailes, sinais/semáforos sonoros para que possam identificar com facilidade o momento de atravessar a rua, dentre outros. A Lei No 10.098, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2000, Estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida. Legal, quem não conhece dar uma olhadinha nessa Lei. Para mim, que tenho uma deficiência física motora, acessibilidade diz sim, respeito à arquitetura, transportes, vias públicas e por ai vai. O Artigo 3º da LBI - Lei Brasileira e Inclusão, diz o seguinte sobre acessibilidade: "...é possibilidade e condição de alcance para utilização, com segurança e autonomia, de espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, edificações, transportes, informação e comunicação, inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como de outros serviços e instalações abertos ao público, de uso público ou privados de uso coletivo, tanto na zona urbana como na rural, por pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida." Quero destacar alguns pontos para observação de acordo com esta definição de acessibilidade:
1º - Condição de alcance para utilização: a acessibilidade está realmente ao alcance de todos que precisam dela? Não!
2º - Segurança: Algumas vezes o acesso a alguns locais é feito na base do improviso, da boa vontade de algumas pessoas. Segurança? Subindo escadarias? Apoiando uma das mãos no corrimão e a outra segurando a muleta(bengala)e ainda segurando também a outra muleta? Segurança? Nos elevadores dos ônibus que por falta de manutenção muitas vezes trepidam com a pessoa sendo transportada! 
3º - Autonomia: Não temos autonomia para ingressar em certos lugares. Temos autonomia para acessar a plataforma ou elevador ou rampa dos ônibus? Não! Para o caso dos elevadores/plataforma o motorista ou cobrador precisa se deslocar para acionar o equipamento para que um cadeirante ou muletante possa então entrar/sair do coletivo. *Aliás, é muito comum eu ouvir motoristas me questionando, afirmando que o recurso de acesso ao ônibus, é somente para cadeirante! E não adianta explicar que não é bem assim. Muitas vezes só consigo entrar porque o debate entre eu e o motorista ganha proporções digamos grandiosas, e neste momento os passageiros que estão no ônibus já estão impacientes, o próprio motorista já está preocupado com seu atrasado, e venço no cansaço, não pela argumentação. Eles alegam que recebem ordens da empresa de só poder manusear o equipamento para acesso de cadeirantes. Entendem quando eu falo que a “culpa é das muletas”?!rsrsrsrs!!! Temos autonomia para entrar em um banco sem que seja preciso um segurança abrir a tal porta de acessibilidade? Também não! Qual o significado mesmo de autonomia? Autonomia está relacionado a liberdade, independência. Mas qual o antônimo de autonomia? É heteronomia, que significa Dependência, submissão, subordinação. Então, não acredito que nosso direito de ir e vir aconteça de forma autônoma, uma vez que, sempre dependemos de alguém, para ter acesso a determinados lugares. Algumas pessoas, por falta de conhecimento, acredito eu. Quando veem uma rampa pensam que o local é acessível, porém, nem só de rampa vive um cadeirante ou muletante, ou pessoa com mobilidade reduzida. Algumas rampas são tão íngremes que fica “puxado” andar sobre ela, mesmo para aqueles que tem total habilidade com suas cadeiras de rodas ou muletas. Algumas rampas de calçadas pelas vias públicas tem inclinação para até desequilibrar uma cadeira de rodas, fazendo-a virar e causar uma queda do cadeirante. É quase uma escalada, um rapel! Isso porque existem normas para serem seguidas na construção de rampas hein!!! 

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