Seja a mudança o que você quer ver no mundo” já dizia Mahatma
Gandhi.
Trabalho com inclusão de pessoas com
deficiência faz alguns anos. Estou sempre procurando me inteirar de assuntos
referente ao tema.
A realidade da pessoa com deficiência no
Brasil é alarmante, apesar dos avanços, das conquistas legais, ainda há muito a ser feito.
É comum quando alguém presencia algum tipo de injustiça cometido
contra uma pessoa com deficiência, a pessoa ficar irritada, julgar ser um
absurdo tal fato, mas e no dia a dia? O que esta mesma pessoa tem feito para
ajudar na inclusão de pessoas com deficiência na sociedade? Pequenos gestos podem
fazer muita diferença.
Quando saio às ruas costumo prestar
atenção em algumas circunstâncias que estão ligadas às pessoas com deficiência.
Principalmente por “sentir na pele” algumas consequências de determinadas
atitudes cometidas por quem não tem algum tipo de deficiência.
Para exemplificar, vou citar alguns casos. As pessoas costumam sentar-se nos
assentos preferenciais nos transportes coletivos (o que não é proibido) e se
recusam a levantar-se para ceder o lugar a quem de direito. Já passei por isso
algumas vezes. Quando entro no ônibus e tem alguém ocupando um banco preferencial,
sempre pergunto à pessoa se ela possui algum tipo de deficiência, tendo em
vista que nem todas são visíveis, e é comum, a pessoa responder que não possui
nenhuma deficiência, mas que está cansada do trabalho, que está com dores e não
cede o lugar. O interessante é que a tal da empatia está cada vez mais sumida na
sociedade. O indivíduo julga que só ele está cansado, que só ele sente dores, e
que por isso não pode levantar-se de um lugar que NÃO está reservado para ele.
Quando na verdade, por questão simplesmente de humanidade, o correto seria
pensar “se eu que não tenho uma deficiência já estou cansado, muito mais esta
pessoa”.
Outra prática bastante comum é estacionar
em vagas destinadas às pessoas com deficiência. Em shoppings e mercados isso
acontece com muita frequência. Também já pude presenciar isso. Tento alertar
algumas pessoas através do meu trabalho de conscientização/sensibilização sobre
os motivos da reservada dessas vagas, o por quê elas preferencialmente estão
sinalizadas próximas às entradas dos estabelecimentos. Que isso é para
facilitar a locomoção daqueles que tem algum tipo de deficiência. Nas ruas
ainda existe a fiscalização, que se a pessoa for flagrada usando a vaga
indevidamente pode ser multada e perder pontos na carteira de habilitação. Mas
quem fiscaliza os estabelecimentos privados? Algumas pessoas colam o adesivo “aquele
símbolo da cadeira de rodas” acreditando que isso seja uma forma de conseguir
driblar a fiscalização, mas não é bem assim, é preciso ter o cartão emitido
pela prefeitura de domicílio da Pessoa com Deficiência, e este precisa estar
bem visível no carro para poder estacionar em vaga de PcD. Mas a pessoa é tão
sem noção, que é capaz de usar a frase “é rapidinho”. Pra gente o rapidinho não
interessa. Precisamos usar a vaga naquele momento.
Mesmo no condomínio onde moro, foi
preciso pedir em assembleia que não estacionem em minha vaga, que fica bem
próxima à entrada do meu bloco, e ainda assim, alguns insistem em estacionar.
Adotei a tática do bilhetinho, ideia de uma amiga, e achei ótima.
Coloco um bilhetinho no carro explicando o motivo pelo qual aquela vaga não
pode ser usada por outros, me identifico e aguardo alguma atitude da pessoa,
algumas me procuram e pedem desculpas, outros tiram logo o carro da vaga.
É visando diminuir situações como essas
que vou fazendo meu trabalho de formiguinha, através de palestras, de textos em
meu blog, no Facebook, Instagram. Participando de seminários, fóruns sobre PcD e, ainda em conversas com amigos, com os
que estão próximos a mim.
O que não dá é para aceitar alguns
comportamentos, que mesmo a pessoa estando errada, ainda tenta justificar suas
atitudes.
Não dá pra reclamar do cara que furou a
fila, passando a sua frente, se você estaciona em vagas exclusivas para pessoas
com deficiência, idosos, se não cede o lugar nos transportes públicos a quem de
direito, se para o carro em frente a rampa de acesso nas calçadas, se finge
estar grávida, ou segura uma criança já grande no colo afim de usar a fila
preferencial!
Quer um mundo melhor? Comece por você!
Faça a diferença! Parece clichê, mas antes de cometer alguns dos atos
mencionados acima, pergunte-se “E se fosse comigo?”
Algumas pessoas aprendem na prática a
importância de respeitar o direito do outro, quando alguém na família passa por
algum problema e temporariamente precisa de cadeiras de rodas, muletas, ou ela própria. Aprendem
a dar valor a se ter uma rampa de acesso liberada, à necessidade de usar o assento preferencial
nos transportes públicos e por ai vai!
Então seja a mudança que você quer ver no
mundo!
Faço a minha parte, por mim e por outras
pessoas que se sentem constrangidas em lutar por seus direitos, ou nem mesmo tem condições de sair de suas casas. Faço ainda por
cidadania, por humanidade!
Posso afirmar que compartilhei
conhecimentos com muitas pessoas! E sempre que tiver oportunidade vou compartilhar! Pois diante de um um mundo, uma sociedade onde o amor, o respeito ao próximo parece tão difícil, tão sem importância, torna-se fundamental cada gesto de humanidade, por menor que pareça!
Compartilhe cidadania, inclusão com seus
filhos, sobrinhos, amigos, colegas de trabalho!
Quem convive com você sabe da sua garra e determinação! Parabéns pelo blog, vai ser só sucesso!!!
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