Vê Legentil

quarta-feira, 22 de março de 2017

"Seja a Mudança que você quer ver no Mundo"

Seja a mudança o que você quer ver no mundo” já dizia Mahatma Gandhi.

Trabalho com inclusão de pessoas com deficiência faz alguns anos. Estou sempre procurando me inteirar de assuntos referente ao tema. 
A realidade da pessoa com deficiência no Brasil é alarmante, apesar dos avanços, das conquistas legais, ainda há muito a ser feito. 
É comum quando alguém presencia algum tipo de injustiça cometido contra uma pessoa com deficiência, a pessoa ficar irritada, julgar ser um absurdo tal fato, mas e no dia a dia? O que esta mesma pessoa tem feito para ajudar na inclusão de pessoas com deficiência na sociedade? Pequenos gestos podem fazer muita diferença.
Quando saio às ruas costumo prestar atenção em algumas circunstâncias que estão ligadas às pessoas com deficiência. Principalmente por “sentir na pele” algumas consequências de determinadas atitudes cometidas por quem não tem algum tipo de deficiência.
Para exemplificar, vou citar alguns casos. As pessoas costumam sentar-se nos assentos preferenciais nos transportes coletivos (o que não é proibido) e se recusam a levantar-se para ceder o lugar a quem de direito. Já passei por isso algumas vezes. Quando entro no ônibus e tem alguém ocupando um banco preferencial, sempre pergunto à pessoa se ela possui algum tipo de deficiência, tendo em vista que nem todas são visíveis, e é comum, a pessoa responder que não possui nenhuma deficiência, mas que está cansada do trabalho, que está com dores e não cede o lugar. O interessante é que a tal da empatia está cada vez mais sumida na sociedade. O indivíduo julga que só ele está cansado, que só ele sente dores, e que por isso não pode levantar-se de um lugar que NÃO está reservado para ele. Quando na verdade, por questão simplesmente de humanidade, o correto seria pensar “se eu que não tenho uma deficiência já estou cansado, muito mais esta pessoa”.
Outra prática bastante comum é estacionar em vagas destinadas às pessoas com deficiência. Em shoppings e mercados isso acontece com muita frequência. Também já pude presenciar isso. Tento alertar algumas pessoas através do meu trabalho de conscientização/sensibilização sobre os motivos da reservada dessas vagas, o por quê elas preferencialmente estão sinalizadas próximas às entradas dos estabelecimentos. Que isso é para facilitar a locomoção daqueles que tem algum tipo de deficiência. Nas ruas ainda existe a fiscalização, que se a pessoa for flagrada usando a vaga indevidamente pode ser multada e perder pontos na carteira de habilitação. Mas quem fiscaliza os estabelecimentos privados? Algumas pessoas colam o adesivo “aquele símbolo da cadeira de rodas” acreditando que isso seja uma forma de conseguir driblar a fiscalização, mas não é bem assim, é preciso ter o cartão emitido pela prefeitura de domicílio da Pessoa com Deficiência, e este precisa estar bem visível no carro para poder estacionar em vaga de PcD. Mas a pessoa é tão sem noção, que é capaz de usar a frase “é rapidinho”. Pra gente o rapidinho não interessa. Precisamos usar a vaga naquele momento.
Mesmo no condomínio onde moro, foi preciso pedir em assembleia que não estacionem em minha vaga, que fica bem próxima à entrada do meu bloco, e ainda assim, alguns insistem em estacionar. Adotei a tática do bilhetinho, ideia de uma amiga, e achei ótima. Coloco um bilhetinho no carro explicando o motivo pelo qual aquela vaga não pode ser usada por outros, me identifico e aguardo alguma atitude da pessoa, algumas me procuram e pedem desculpas, outros tiram logo o carro da vaga.
É visando diminuir situações como essas que vou fazendo meu trabalho de formiguinha, através de palestras, de textos em meu blog, no Facebook, Instagram. Participando de seminários, fóruns sobre PcD e,  ainda em conversas com amigos, com os que estão próximos a mim.
O que não dá é para aceitar alguns comportamentos, que mesmo a pessoa estando errada, ainda tenta justificar suas atitudes.
Não dá pra reclamar do cara que furou a fila, passando a sua frente, se você estaciona em vagas exclusivas para pessoas com deficiência, idosos, se não cede o lugar nos transportes públicos a quem de direito, se para o carro em frente a rampa de acesso nas calçadas, se finge estar grávida, ou segura uma criança já grande no colo afim de usar a fila preferencial!
Quer um mundo melhor? Comece por você! Faça a diferença! Parece clichê, mas antes de cometer alguns dos atos mencionados acima, pergunte-se “E se fosse comigo?”
Algumas pessoas aprendem na prática a importância de respeitar o direito do outro, quando alguém na família passa por algum problema e temporariamente precisa de cadeiras de rodas, muletas, ou ela própria. Aprendem a dar valor a se ter uma rampa de acesso liberada,  à necessidade de usar o assento preferencial nos transportes públicos e por ai vai!
Então seja a mudança que você quer ver no mundo!
Faço a minha parte, por mim e por outras pessoas que se sentem constrangidas em lutar por seus direitos, ou nem mesmo tem condições de sair de suas casas. Faço ainda por cidadania, por humanidade!

Posso afirmar que compartilhei conhecimentos com muitas pessoas! E sempre que tiver oportunidade vou compartilhar! Pois diante de um  um mundo, uma sociedade onde o amor, o respeito ao próximo parece tão difícil, tão sem importância, torna-se fundamental cada gesto de humanidade, por menor que pareça!
 Compartilhe cidadania, inclusão com seus filhos, sobrinhos, amigos, colegas de trabalho!





























1 comments:

  1. Quem convive com você sabe da sua garra e determinação! Parabéns pelo blog, vai ser só sucesso!!!

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