Um de meus lazeres preferidos é ir à praia, amoooooooooooo de paixão. E não gosto apenas de ir à praia, gosto de chegar cedo e ficar até poder dar “tchau” para o sol, ou seja, até ele se por. Claro que sempre protegida com filtro solar, em baixo da barraca, banho de mar, como convém fazer. E ir à praia com a turma então, é muuuuitoo melhor, altos papos, risos frouxos, fazer uma “intera” para comer aquele peixe fritinho ali na hora no quiosque. Que delícia! Ahhh ir á praia é tão fácil né? Quem tem carro, é só dirigir até o local ou então pegar uma carona com um amigo, ou ainda ir de ônibus. Depois fazer aquela caminhada na areia fofa, sentindo os pés afundando, que relaxante! Só que não!rsrsrsrs!!!
Não para nós pessoas com deficiência física motora. Gente......ir à praia é mais que uma aventura, é quase uma prova de resistência daquelas bem difíceis do BBB! Ou ainda como participar de um rallly só que sem o carro (troque o carro pela cadeira de rodas ou muletas). Com váááááários obstáculos a sua frente e sem o navegador, aquele carinha ao lado do motorista que passa as orientações sabe?! Então...é mais ou menos assim.
Vamos aos obstáculos, alguns:
1º - Não dá para ir à qualquer praia. Algumas praias o acesso é por escadarias que mais parecem a escadaria da igreja da Penha, no Rio, onde é quase uma pagação de promessas;
2º - Algumas não tem escadaria, mas também não tem nenhuma espécie de píer, que te conduza até o mar.
Lembra que falei do rally, pois é, para mim, é aqui que tudo começa. As muletas vão afundando na areia a medida que avanço em direção ao mar, ou mesmo quando chego, até encontrar um local para ficar. Quando eu tiro uma muleta da areia é o pé que afunda, e aí entra aquela areia quente na sandália queimando o pé (e o pensamento que vem na hora é um só: pra que fui inventar de vir à praia?!), mas isso é só na hora!!!rsrsrsrs! Ai tem que ter habilidade de olhar para o chão e para frente para não esbarrar nas barracas, cadeiras e pessoas deitadas em suas cangas se bronzeando! Foco totaaaalllll até chegar ao destino. Que por sinal já chego pedindo água, parecendo que atravessei o deserto, e não me sento na cadeira, me jogo! Depois de quase 1 hora descansando do trajeto, penso até em ir ao mar, mas quando lembro do sufoco que é a saída, a volta para a cadeira, bate até um desânimo!!!rsrsrsrs!!!!
Por isso não “curto” ir à praia rapidinho, depois dessa aventura toda tenho que aproveitar ao máximo. Pois a volta é mais um evento extraordinário. É por isso que praia cansa!
Existem alguns projetos pelo Brasil como “Praias Sem Barreiras”, “Praia para todos” dentre outros. Esses projetos além da cadeira anfíbia que leva a pessoa com deficiência até o mar, também dispõe, não todos, mas alguns, de esteiras onde o cadeirante ou muletante pode andar até a praia em sua própria cadeira, ou com suas próprias pernas (muletantes). Mas apesar de serem projetos fantásticos que possibilitam à PcD um pouco de diversão, de curtição, ainda são poucos. Precisamos de muito mais praias acessíveis.
Nessas minhas andanças pelas praias, por lugares tão lindos, o que mais continua me espantando é o descabimento do poder público em nos considerar minoria! De perceber que não existe acessibilidade ou existe pouca acessibilidade, como se pessoas com deficiência fosse raro de se ver. Vou sempre repetir, 45 milhões de pessoas, é minoria onde?
Precisamos ir e vir. Precisamos nos divertir. É Como diz um trecho da música dos Titãs:
“(...)a gente não quer só comida. A gente quer comida, diversão e Arte! A gente não quer só comida, a gente quer saída para qualquer parte.”
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sou uma das companheiras de praia como sei da dificuldades tentamos ficar o mais próximos da água e levamos um baldinho, mas amo quando entra na água....
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirNão vai faltar oportunidade de irmos a praia juntas. Vc é uma pessoa admirável pela sua força de vontade.
ResponderExcluirNão vai faltar oportunidade de irmos a praia juntas. Vc é uma pessoa admirável pela sua força de vontade.
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ResponderExcluirSim Keity não faltará oportunidade!
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